quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Talento

Título bom é o que tem a ver com a história que é contada.

Acordou desnorteado, 10 minutos antes de seu compromisso, estava atrasado. Teve de sair de casa sem café-da-manhã e sem banho, colocou apenas um pouco de seu perfume para disfarçar seu odor. Tentou arrumar suas coisas rapidamente, mochila, livros, celular, carteira, chaves... Cadê as chaves?! Era só o que faltava para deixá-lo mais atrasado e apreensivo. Decidiu que procuraria quando voltasse, já estava muito fora de hora e o dia prometia.

Pelo caminho, tentava se lembrar do que havia sonhado na noite anterior. Lembrava que tinha sido um sonho truncado, havia acordado diversas vezes durante a noite e cada vez que voltava a dormir o mesmo sonho inicial continuava, como uma espécie de seriado, porém não lembrava o que era ao certo. Lembrava apenas de alguns flashes, sabia que tinha algo a ver com cachorros e um pátio onde havia frequentado em tempos de infância.

Chegou ao local marcado com meia hora de atraso, não havia ninguém. Será que ela tinha desistido, cansado de esperar? Ficou uns 10 minutos e logo desistiu também, ela não viria. Decidiu voltar para casa e procurar suas chaves. No caminho de volta lembrou de uma parte de seu sonho, ele havia encontrado sua menina com outro rapaz, só se lembrou disso. O que será que aquilo significaria?

Chegou em casa e no primeiro lugar que procurou, encontrou suas chaves. Tirou o sapato, colocou um chinelo, abriu a porta e saiu...
E nunca mais voltou.

Esse título não é bom.

Sem mais.

sábado, 23 de agosto de 2008

Subtitles

  • Pra que me afligir com o futuro?
    Eu posso até responder com outra pergunta. O que será do meu, ou melhor, do seu futuro?
  • Esperando a primavera.
    Não existe primavera lá da onde eu venho.
  • www.inaugural.blogspot.com.
    Um blog muito bom. Leia-o.
  • 在奧林匹克精神
    Eu (ainda) não aprendi chinês.
  • Aqueles que vão sempre levam um pedaço de nós.
    Isso é verdade. Embora não tenha perdido ninguém ultimamente, respeito a dor e luto dos outros.
  • Ao se tornar um monstro, aprende-se o que é ser humano.
    O que é ser humano?! Ser humano ou ser ser humano?!
  • De volta ao hell.
    De volta a realidade de Unicamp/Campinas.
  • Em Belém.
    Ainda visitarei. Espero.
  • A sorte favorece os audazes.
    Iria comentar, mas não sei o que significa audazes. E outra, creio eu que a sorte favorece a todos ou entendi errado?
  • Campinas =)
    Que sorrisinho eh esse?! Em Campinas não há sorrisos.
  • Já no quarto, deitado, escutava o Carinhoso lá longe.
    Gostei dessa. Deve fazer parte de algum livro. Como disse o outro, isso dá poesia.
  • TOULOUSE.
    Poderia estar, mas não fui competente o suficiente.
  • É complicado. Serviço e provas até o talo.
    Enquanto isso estou aqui blogueando.
  • Eu vou no show da Madonna.
    Não gosto de Madonna. Na verdade conheço pouco, tão pouco a ponto de poder dizer que não gosto.
  • A estrada vai além do que se vê.
    De Los Hermanos eu gosto. E muito.
  • Estudando.
    Enquanto isso estou aqui blogueando.[2]
  • Decifra-me ou te devoro.
    Se fosse escrito por um homem ficaria com um teor sexual.
  • No clima do vestibular.
    Boa sorte. Passe e não vacile mais. Estou torcendo.
  • Estou apaixonado!!!
    Eu não!!!
  • ... e a luz dos olhos meus.
    Quando a luz dos olhos teus...
  • Casarei com Maria Rita, ela só não sabe disso.
    Além de linda, é uma ótima cantora, excelente filha e excepcional mãe de familia (ela tem filhos?!).
  • Você pode ter todo o dinheiro do mundo, mas há algo que jamais poderá comprar: um dinossauro.
    Eleito o pior de todos.
  • Os homens querem sempre ser o primeiro amor de uma mulher. Mas as mulheres querem sempre ser o ultimo romance de um homem.
    De Los Hermanos eu gosto. E muito.[2] Alguém entendeu?!

E só pra constar, que saudade de ficar jogando malabares sentado na areia branca de frente pro mar, esperando minha vez de entrar pra jogar futebol, enquanto o brother fazia o surf...

sábado, 16 de agosto de 2008

"..."

O título parafraseia a última faixa do novo cd do Teatro Mágico: 2º Ato.
Colocarei o texto nas mesmas palavras que foram escritas, sem fazer nenhuma modificação. Foi formulado em Flexeiras, não lembro a data ao certo.
Lá vai então o 2º texto:

Um dia estava eu voltando para casa circundando o portão da biologia, quando meu celular toca e dizem que há alguém me esperando em casa. Era meia noite e um pouquinho. Começo a correr para chegar mais rapidamente. Por ser tarde, as ruas estavam desertas, estava sozinho. Atravesso a rua. Agora estava no balão da 2. Quando percebo, 4 cachorros me circundam e começam a latir e rosnar pra mim, me forçando a parar minha corrida.
Fico um pouco assustado, fecho meus olhos e vou andando vagarosamente até passar pelo incômodo obstáculo. Quando já não mais escutava nenhum latido, abro meus olhos e já não estou no balão da 2. Estou em um local desconhecido e o celular toca novamente.

-Onde você está? Estou aqui te esperando. -Fala uma voz feminina.

Desligo e percebo uma enorme escadaria bem a minha frente. Começo a descer e vejo um pátio lá embaixo. Era o memso pátio que costumava brincar quando criança. Havia bastante gente, porém consigo reconhecê-la. Nos comprimentamos e ficamos observando as pessoas. Depois de um longo tempo, o silêncio se quebra:

-Posso te perguntar uma coisa? -Falo.
-Pode.
-Tem certeza que posso perguntar? -Insisto.

Daí então, antes que pudesse ouvir a resposta,
-Acorda menino! Já são quase meio dia. Vamos aproveitar as férias.

Eu quero!

Eu venho escrevendo coisas no caderninho. Minto. Tenho escrito na agendinha da UNICAMP e bloco de notas. Não tem vindo coisas muito interessantes, e quando o prórpio autor não acha interessante é porque, de fato, elas não são.

O primeiro texto é tipo um "The bucket list". A lista é imensa. Se eu ficasse guardando no word até conseguir completar, eu não postaria nunca. Sempre vem alguma coisa que a gente quer fazer, dependendo do momento. Então, essa lista poderá ser modificada sempre que necessário.

Eu quero dormir ouvindo musica, eu quero jogar futebol na chuva e na praia, eu quero aprender a surfar, eu quero escutar Los Hermanos, eu quero escutar Teatro Magico, eu quero escutar Natiruts, eu quero o Ceará na primeira divisão, eu quero o Palmeiras campeão brasileiro, eu quero ter um restaurante, eu quero me formar como engenheiro eletricista, eu quero passar um tempo vivendo como hippie, eu quero fazer malabares, eu quero beijar escutando "Ultimo romance", eu quero comer yakssoba, eu quero esquecer as coisas mais facilmente, eu quero lembrar das coisas mais facilmente, eu quero dormir na praia, acordar com o sol no rosto e o mar batendo no corpo, eu quero viajar, eu quero “beiçar”, eu quero estudar mais, eu quero brincar mais, eu quero ficar perto da minha família, eu quero ficar perto dos meus amigos, eu quero ficar em casa, eu quero sair de casa, eu quero uma Fortaleza Bela, eu quero o Brasil um país de todos, eu quero blusas com frases engraçadas, eu quero ser o que sou, eu quero ser melhor do que sou, eu quero ler o máximo que eu puder, eu quero aprender o máximo que eu puder, eu quero poder fazer minhas escolhas, eu quero a mesmice, eu quero coisas diferentes, eu quero aprender inglês, eu quero ser compreendido, eu quero compreender as pessoas.

Eu quero poder conseguir terminar esse post.

Quê que eu quero mesmo?!

Terminou.

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Projeto versus Análise: A vida real.

Mais uma da série ctrl C crtl V. Porém dessa vez não é apenas um texto de autoria desconhecida, e sim de Stephen Kanitz, administrador por Havard, um verdadeiro monstro em sua área, um ás na arte de gerenciamento de empresas, literalmente um mago em sua profissão.
Vejamos:

Qual é o problema? "Bons administradores são aqueles que fazem as melhores perguntas, e não os que repetem suas melhores aulas". Um dos maiores choques de minha vida foi na noite anterior ao meu primeiro dia de pós-graduação em administração. Havia sido um dos quatro brasileiros escolhidos naquele ano, e todos nós acreditávamos, ingenuamente, que o difícil fora ter entrado em Harvard, e que o mestrado em si seria sopa. Ledo engano. Tínhamos de resolver naquela noite três estudos de caso de oitenta páginas cada um. O estudo de caso era uma novidade para mim. Lá não há aulas de inauguração, na qual o professor diz quem ele é e o que ensinará durante o ano, matando assim o primeiro dia de aula. Essas informações podem ser dadas antes. Aliás, a carta em que me avisaram que fora aceito como aluno veio acompanhada de dois livros para ser lidos antes do início das aulas. O primeiro caso a ser resolvido naquela noite era de marketing, em que a empresa gastava boas somas em propaganda, mas as vendas caíam ano após ano. Havia comentários detalhados de cada diretor da companhia, um culpando o outro, e o caso terminava com uma análise do presidente sobre a situação. O caso terminava ali, e ponto final. Foi quando percebi que estava faltando algo. Algo que nunca tinha me ocorrido nos dezoito anos de estudos no Brasil. Não havia nenhuma pergunta do professor a responder. O que nós teríamos de fazer com aquele amontoado de palavras? Eu, como meus quatro colegas brasileiros, esperava perguntas do tipo "Deve o presidente mudar de agência de propaganda ou demitir seu diretor de marketing?". Afinal, estávamos todos acostumados com testes de vestibular e perguntas do tipo "Quem descobriu o Brasil?". Harvard queria justamente o contrário. Queria que nós descobríssemos as perguntas que precisam ser respondidas ao longo da vida. Uma reviravolta e tanto. Eu estava acostumado a professores que insistiam em que decorássemos as perguntas que provavelmente iriam cair no vestibular. Adorei esse novo método de ensino, e quando voltei para dar aulas na Universidade de São Paulo, trinta anos atrás, acabei implantando o método de estudo de casos em minhas aulas. Para minha surpresa, a reação da classe foi a pior possível. "Professor, qual é a pergunta?", perguntavam-me. E, quando eu respondia que essa era justamente a primeira pergunta a que teriam de responder, a revolta era geral: "Como vamos resolver uma questão que não foi sequer formulada?". Temos um ensino no Brasil voltado para perguntas prontas e definidas, por uma razão muito simples: é mais fácil para o aluno e também para o professor. O professor é visto como um sábio, um intelectual, alguém que tem solução para tudo. E os alunos, por comodismo, querem ter as perguntas feitas, como no vestibular. Nossos alunos estão sendo levados a uma falsa consciência, o mito de que todas as questões do mundo já foram formuladas e solucionadas. O objetivo das aulas passa a ser apresentá-las, e a obrigação dos alunos é repeti-las na prova final. Em seu primeiro dia de trabalho você vai descobrir que seu patrão não lhe perguntará quem descobriu o Brasil e não lhe pagará um salário por isso no fim do mês. Nem vai lhe pedir para resolver "4/2 = ?". Em toda a minha vida profissional nunca encontrei um quadrado perfeito, muito menos uma divisão perfeita, os números da vida sempre terminam com longas casas decimais. Seu patrão vai querer saber de você quais são os problemas que precisam ser resolvidos em sua área. Bons administradores são aqueles que fazem as melhores perguntas, e não os que repetem suas melhores aulas. Uma famosa professora de filosofia me disse recentemente que não existem mais perguntas a ser feitas, depois de Aristóteles e Platão. Talvez por isso não encontramos solução para os inúmeros problemas brasileiros de hoje. O maior erro que se pode cometer na vida é procurar soluções certas para os problemas errados. Em minha experiência e na da maioria das pessoas que trabalham no dia-a-dia, uma vez definido qual é o verdadeiro problema, o que não é fácil, a solução não demora muito a ser encontrada. Se você pretende ser útil na vida, aprenda a fazer boas perguntas mais do que sair arrogantemente ditando respostas. Se você ainda é um estudante, lembre-se de que não são as respostas que são importantes na vida, são as perguntas.

Sem mais.