quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Sr. Coelho

Estava procurando apartamento para comprar. Um amigo do trabalho, Sr. Coelho, senhor de 60 anos, aposentado, contratado pela empresa por conhecer bastante de um software usado pela companhia, me diz que conhece um que está para vender perto de onde trabalhamos. Me explica que é um apartamento um pouco velho, mas que é perto do serviço e que está bem em conta pois o antigo morador está com pressa para se mudar.

Combinamos que na sexta depois do expediente iríamos lá para conhecer. Chegando lá, Sr. Coelho já estava a minha espera. Disse que o morador teve que sair, mas deixou as chaves com ele e que poderíamos ver tranquilos. O apartamento era realmente antigo, mobílias com estilo conservador, 2 salas, uma de tv com sofá preto e uma sala de estar com um relógio de chão, que tocava a cada 15 minutos um gongo ensurdecedor.

Ele me convida a sentar na sala de tv enquanto discutimos os valores. Começo a desconfiar que o apartamento era dele e então, sem tempo para reação, ele me golpeia. Caio deitado no sofá meio desacordado e toda vez que tento levantar ele me bate nas costas. Não era murro ou pancada, estava mais para um beliscão na parte esquerda próximo às nádegas. Ele, concomitantemente, conversa no telefone palavras indecifráveis. Fico assim durante algumas horas, tentando vencê-lo, porém a cada beliscão me sinto mais fraco e desacordado.

Apago totalmente. Não sei quanto tempo se passou até meu despertar. Ainda estou deitado, porém estou na sala do relógio demoníaco. Tento me mexer, não consigo. Tento levantar a perna e nada, até que em um esforço fora do normal, consigo ficar de pé. Sr. Coelho está na outra sala, ainda no telefone. Interrompe a ligação e pergunta: "E então, quantos dessas porra?" Não entendo e quando vou contestá-lo, olho para trás e saem 12 gatos recém-nascidos do sofá onde estava desacordado.

Acordo travado, na vida real...

terça-feira, 5 de junho de 2012

What if?

E se eu tivesse prestado Direito?
E se eu tivesse estudado na UFC ao invés da UNICAMP?
E se eu tivesse tentado ITA uma terceira vez?
E se eu não tivesse saído da CasaVerde pra morar na Tipo1Bar?
E se eu tivesse feito intercâmbio na França e não na Argentina?
E se eu não tivesse saído da Astra pra trabalhar na UNICAMP?
E se eu não tivesse saído da UNICAMP pra terminar o curso em 6 anos?
E se eu tivesse escolhido trabalhar na Posco ao invés da Celesc?

Nunca saberei...

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Distância

Amar é pensar na pessoa tanto nas horas boas, quanto nas ruins.
É lembrar daquele sorriso, quando está triste, e tudo se tornar melhor.
É não ligar para o passado, pois a vontade de estar junto é muito maior que qualquer relacionamento antigo.
É perdoar os erros cometidos em outras épocas e apenas lembrar das coisas lindas que passaram juntos.
É adormecer e acordar pensando e, as vezes, até sonhar com a pessoa amada.
É se alegrar com pequenos gestos, cartas ou mensagens.
É ficar bobo ao escutar palavras de carinho ou um "eu te amo" inesperado.

Amar é ficar 1 ano sem ver uma pessoa e, ainda assim, ter a certeza de que ela é a mulher da sua vida.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Chapter 6

Para homens manterem um relacionamento é muito fácil, basta ele não xavecar nenhuma mulher. Dificilmente alguma virá xavecar você, e se vier, você só precisa dizer um simples 'não' que ela já desiste. Já para mulheres é bem mais complicado, ela tem que estar muito apaixonada e ter muita força de vontade para resistir bravamente a diversas insistentes investidas.

E foi assim que Gregório começou a se preocupar a cerca do futuro. No presente, estava tudo ótimo, Lívia ainda estava nos EUA, vivendo sob as rédeas curtas de sua família americana, mas e quando ela voltasse? Se hoje em dia que ela está longe, já é xavecada constantemente através de redes sociais, imagine quando ela estiver de volta. Será que ela conseguirá resistir a todas essas investidas?

A verdade é que Gregório não tem chances, ele não é lá aquele cara que chama a atenção de alguma menina. Se ele não estiver por perto quando ela voltar de vez, ele teme o que possa acontecer, teme que possa perdê-la para sempre para algum carinha da mecânica e então, todo esse tempo que esperou por ela, todos os planos que fez terão sido em vão.

Continua...

Chapter 5

Depois que Lívia foi embora, eles conversavam quase que diariamente e se viam com bastante frequência também. Isso ajudava muito a matar a saudade e nunca faltava assunto. Porém, algumas vezes, Gregório chegou a pensar: será que um dia o assunto vai acabar? Será que algum dia a conversa vai ficar chata? Sempre que pensava, ficava chateado e tentava esquecer aquilo. Não por causa dele, mas achava que um dia, ela iria enjoar de ficar só conversando.

Eles já estavam há 5 meses separados e parecia que esse tempo começava a pesar. Tinham passado apenas 3 meses juntos, já era quase o dobro do tempo. E um dia ele se irritou com a conversa, não sabia bem o motivo, só lembra que se aborreceu e foi meio grosso. Mas no subconsciente, ele fez isso para ver se ela demonstrava que se importava, ele queria um sinal de vida, o que não aconteceu. Ele ainda ficou esperando, mas ela apenas deu um tchau seco e saiu.

Se arrependeu logo depois, mas ela não respondeu mais. Passou uma noite horrível. Ficou chateado, não sabia o que fazer, adormeceu pensando e pedindo para que quando acordasse não desse tanta importância a isso como estava dando naquele momento.


Continua...