sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

La pulserita verde

El argentino gostou muito do carnaval, na Argentina era tudo muito diferente. Ele não sabia que ia ser tão bem recebido lá. Tinha cogitado não ir devido ao preço. Quando ele pensou em levar aquela borrachinha para sua casa, não sabia que o personagem ia cair tão bem. Ele só queria tirar uma onda com a galera, tanto que no primeiro dia ele nem foi. Ele se transformou, se juntou com o Mike, que na primeira noite já havia aparecido, e com o Snake que foi embora mais cedo. E que bela transformação que aconteceu.

-Hablá en castellano, hablá en castellano...
-Mira las chicas!
-Venite, venite!
-Te quiero a vos...



Ele não contava mais com sua pulseirinha da sorte, tinha deixado em La Plata, onde vivia, e quando voltou não a encontrou mais. Desde então, no trabalho, nas saídas com seu amigo Enzo, sua sorte havia desaparecido. Havia feito uma igualzinha para seu amigo, porém não soube se ele havia tido a mesma sorte que ele com sua antiga. Porém, isso já não mais importava, havia encontrado uma outra que lhe deu muito mais sorte e muito mais coragem e confiança para dizer e fazer o que quisesse.

-Veni chica,
-I'm sorry, I don't understand,
-Como? No entiendo inglés yo...
-Shit, get out...
-Véi, que mulher burra é essa?

Já não estava mais com sua "borrachinha". Achou que ela não traria mais sorte, há um limite para as coisas materiais, e para essa o limite já havia sido ultrapassado. Foi então que conseguiu uma nova. E como era perfumada essa, e era o mesmo perfume que não saia mais de sua cabeça.
Ele não entendeu mais nada desde então. Faltou o trabalho e perdeu viagens. Não sabia se queria lembrar ou esquecer, parecia que estava delirando.

Y estaba, el argentino volvió del carnaval enfermo con dolor de garganta y con treinta y nueve grados de fiebre...

Um comentário:

Leonardo Xavier disse...

haha, legal este texto me lembrei do Xico Sá e o portunhol.