domingo, 13 de julho de 2008

Rótulos.

Eu tenho várias coisas já escritas, mas nenhuma está me empolgando. Argumentando em forma de musica, poderia dizer que "Sei que incerteza trás inspiração". Eu estava bastante inspirado na ultima semana de julho, mas agora passou. Bom por um lado, ruim por outro.

Escrevi bastante na minha espera de quase 12 horas no aeroporto de Guarulhos. Aquela noite foi longa. Mas valeu a pena, estou em casa, ou segundo um amigo, estou na casa dos meus pais. Tem dois temas na minha cabeça que queria relatar, ainda não escrevi nada a respeito, mas eles estão aqui. Um deles é sobre rótulos, designar alguma coisa que não se sabe o que realmente é, por exemplo por sua aparencia. Generalizar algo. O outro é sobre a vida longe de casa, os aprendizados e as mudanças, boas e ruins, que acontecem. Esse segundo tema é um tanto polêmico, por isso vou deixar para outra oportunidade.

Por que será que todos os engenheiros são bitolados e de direita e todos os estudantes do IFCH são drogados e de esquerda?! Por que as mulheres mais bonitas estão no sul e as mais fáceis estão no norte?! Será que todos que gostam de reggae são drogados e os que fazem malabares e gostam de TM são alternativos?! Tudo isso é um pensamento pré-fabricado. Quem disse que isso é verdade?! Quem disse que se pode generalizar?! Para tudo há excessões. Isso é quase um estudo estatistico, você tem um espaço amostral, ver a quantidade de pessoas que se adequam a certo aspecto e então tem-se uma probabilidade. Mas é apenas uma probabilidade, não uma verdade absoluta. Estaria tudo bem, se essa generalização não gerasse preconceito, porém gera. E esse é o problema.

A maioria dos rótulos impostos são pela aparencia. Se o cara tem uma barba muito grande, ele é sujo, se tem dreads no cabelo então, mais sujo ainda. A aparencia não é tão importante assim. Aprendi isso esse semestre. Não importa a situação desse aprendizado, o que importa é que ele aconteceu e eu me sinto melhor com isso. Fazendo uso do maior cliché de todos os tempos, eu posso dizer com toda convicção que, o que é realmente importante é o que se tem no seu interior, seus valores, sua inteligencia. Não importa se voce é baixo, alto, tem o cabelo grande, é careca. Nada disso importa, o que importa são seus pensamentos. Se todos pensassem assim, o mundo seria diferente. Penso que mudaria pra melhor, mas não tenho certeza.

Pra finalizar, como todos sabem, meu cabelo está gigante, como em todo fim de semestre. E dizem que estou parecendo com John Lennon. Eu não acho, mas estão dizendo. Se fosse em outra oportunidade, em tempos anteriores, talvez eu ficasse mal por isso mas, dessa vez, não estou nem um pouco preocupado. Com essa minha aparencia eu já ganhei algumas concorrencias, que também não é importante pra ninguém, senão a mim. E digo mais. Quem disse que John Lennon não é, ou era, bonito? Certo. Se voce não o acha engraçadinho, não poderá discordar de mim, que ele é uma das grandes mentes da humanidade logo, eu só posso ficar lisonjeado com essa comparação.

domingo, 6 de julho de 2008

Decidi...

Decidi dar um tempo na história de Gregório. Aumentar o suspense, sabe como é.
Na verdade, tem muita história ainda, só que a criatividade não quer cooperar. E é sempre bom pensar um pouco antes de escrever pra dar audiencia, embora esse blog ainda seja um tanto secreto.

Por falar em secreto (ou não), decidi expandir os horizontes do Janela. Decidi abri-la, mas só pela metade.

A vergonha vai embora... Ah, voces já sabem o resto.

sexta-feira, 4 de julho de 2008

5º dia.

Gregório tentava ser o mais detalhista possivel, porém não quis descrevê-la em nenhum momento. Acho que se o fizesse, memórias antigas viriam a tona, recentes lembranças que o fariam mal. Ele dava apenas pequenas pistas enquanto contava o ocorrido. Ele havia mencionado sobre quadrinhos japoneses anteriormente , porém fiquei com a pulga atrás da orelha quando mencionou sobre sua relação com a antiga União Soviética.

No 5º dia, Gregório amanheceu mal. Sim, esse era o dia que ele não queria que chegasse, mas o tempo é implacável, mesmo desejando com todas suas forças, o 5º dia chegou e ele estava mal por isso. Porém, existia outro sentimento dentro dele, um sentimento de alivio. Alivio pois ele sabia que com a partida de sua querida, ele estaria livre, sem a expectativa de vê-la ou de receber alguma mensagem sua. Mesmo assim, ele ainda tentou por duas vezes trazê-la de volta porém, sem sucesso, ele desistiu.

Nesse momento, Gregório parou durante uns segundos e pude perceber que aquelas lembranças não estavam fazendo bem a ele. Cheguei até a mencionar que não queria mais ouvi-lo, não queria vê-lo mal, mas ele estava decidido a contar e então falou que na noite do 5º dia, ele pensou seriamente em se converter ao islamismo para poder rezar voltado à Meca durante o ramadã. Eu realmente não entendi o que ele quis dizer com esse comentário, seria outra pista? Porém não quis interrompê-lo para perguntar.

Comecei a achar que essa história não teria um fim, mas depois pude descobrir que ela tem sim, se feliz ou triste, eu deixo ao encargo de quem ler, porém posso adiantar que o fim não vêm ao fim dos 11 dias.

quinta-feira, 3 de julho de 2008

4º dia.

Continuava atento a todos os detalhes de sua história. Ele foi até a cozinha, pegou um drink, deu um trago no cigarro e continuou.

É engraçado como uma pessoa pode ficar besta quando conhece alguém. Besta no sentido de ficar tonto, fora de si. Gregório nunca tinha passado por isso. Deve ter sido por esse motivo que ele estava se sentido daquela maneira. Todos a sua volta já não existiam mais, só restava eles dois e ela era realmente linda, parecia que tinha saido dos quadrinhos japoneses. Isso era o que ele pensava. Ele achava que estava forçando a barra, embora ela sempre dissesse que não, mas no fundo ele sabia que estava.

Nesse momento ele voltou na discursão anterior. Ele não queira admitir, mas estava se transformando no primeiro tipo de pessoa. Tudo isso devido ao fato de tê-la conhecido. Foi então que ele decidiu abrir os olhos e começou a ver a vida por outro ângulo. Houve uma transformação intensa nele. No quarto dia, ele amanheceu de uma forma diferente, percebeu que não estava mais sozinho, conseguiu reconhecer seus amigos, eles ainda estavam lá.

Mesmo assim, Gregório ainda pensava nela, nos momentos divertidos que passaram durante todo o seu sonho, sonho de quase seis meses que veio a se consumar apenas a dias atrás. E continuava triste, mas não aquela tristeza de anteriormente, uma tristeza branda. Ele esperava a todo momento uma mensagem, algum sinal de vida, que até aquele momento não tinha vindo, e isso o deixava impaciente. Ele ainda tinha muitos dias pela frente, esse era apenas o quarto. Porém, sabia que ela não resistiria muito tempo. Na verdade, sabia exatamente o dia em que ela partiria, e isso o deixava mais impaciente ainda.

Embora ele tivesse acordado do coma, ainda havia resquicios da experiência em sua memória e tinha vezes que ele pensava que voltar valia a pena. Mas isso não dependia apenas dele e então decidiu esperar por mais um dia.

3º dia.

Para Gregório, existiam dois tipos de pessoas, as que pensam que tudo que as contam é mentira até que se prove o contrário e as que pensam o oposto, que tudo é verdade até desmentirem o fato. Ele sempre se considerou uma pessoa do segundo tipo e estava feliz com isso.

As pessoas nunca estão felizes com o que têm. Talvez seja esse o grande problema da humanidade, a ambição. Não falo apenas de dinheiro, me refiro a todas as coisas. A vida de Gregório passou do paraíso ao inferno em um curto intervalo de tempo. Ele nunca havia passado da felicidade completa à melancolia suicida tão rapidamente em toda sua vida.

Nesse momento ele pediu para que eu não me assustasse, disse que estava apenas fazendo uso da linguagem conotativa, porém eu percebi que ele não estava em seus melhores dias, e então ele continuou.

É, os dias estavam difíceis.

11 dias de Gregório.

Gregório nunca se interessou por fazer textos que seguissem a ordem cronológica. Ele sempre quis dificultar a vida do leitor. Sempre tentou fazer com que seus textos tivessem significados diferentes para cada tipo de espectador. Essa história, baseada em 11 dias de sua vida, ele me contou ainda jovem, um pouco depois de ocorrido. Ele estava um tanto chateado. Tentarei manter o mesmo sentimento que ele sentia quando me fez refém de sua história.