Gregório tentava ser o mais detalhista possivel, porém não quis descrevê-la em nenhum momento. Acho que se o fizesse, memórias antigas viriam a tona, recentes lembranças que o fariam mal. Ele dava apenas pequenas pistas enquanto contava o ocorrido. Ele havia mencionado sobre quadrinhos japoneses anteriormente , porém fiquei com a pulga atrás da orelha quando mencionou sobre sua relação com a antiga União Soviética.
No 5º dia, Gregório amanheceu mal. Sim, esse era o dia que ele não queria que chegasse, mas o tempo é implacável, mesmo desejando com todas suas forças, o 5º dia chegou e ele estava mal por isso. Porém, existia outro sentimento dentro dele, um sentimento de alivio. Alivio pois ele sabia que com a partida de sua querida, ele estaria livre, sem a expectativa de vê-la ou de receber alguma mensagem sua. Mesmo assim, ele ainda tentou por duas vezes trazê-la de volta porém, sem sucesso, ele desistiu.
Nesse momento, Gregório parou durante uns segundos e pude perceber que aquelas lembranças não estavam fazendo bem a ele. Cheguei até a mencionar que não queria mais ouvi-lo, não queria vê-lo mal, mas ele estava decidido a contar e então falou que na noite do 5º dia, ele pensou seriamente em se converter ao islamismo para poder rezar voltado à Meca durante o ramadã. Eu realmente não entendi o que ele quis dizer com esse comentário, seria outra pista? Porém não quis interrompê-lo para perguntar.
Comecei a achar que essa história não teria um fim, mas depois pude descobrir que ela tem sim, se feliz ou triste, eu deixo ao encargo de quem ler, porém posso adiantar que o fim não vêm ao fim dos 11 dias.
Dervixes, Gurdjieff e Tsabropoulos
Há 14 anos
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