Continuava atento a todos os detalhes de sua história. Ele foi até a cozinha, pegou um drink, deu um trago no cigarro e continuou.
É engraçado como uma pessoa pode ficar besta quando conhece alguém. Besta no sentido de ficar tonto, fora de si. Gregório nunca tinha passado por isso. Deve ter sido por esse motivo que ele estava se sentido daquela maneira. Todos a sua volta já não existiam mais, só restava eles dois e ela era realmente linda, parecia que tinha saido dos quadrinhos japoneses. Isso era o que ele pensava. Ele achava que estava forçando a barra, embora ela sempre dissesse que não, mas no fundo ele sabia que estava.
Nesse momento ele voltou na discursão anterior. Ele não queira admitir, mas estava se transformando no primeiro tipo de pessoa. Tudo isso devido ao fato de tê-la conhecido. Foi então que ele decidiu abrir os olhos e começou a ver a vida por outro ângulo. Houve uma transformação intensa nele. No quarto dia, ele amanheceu de uma forma diferente, percebeu que não estava mais sozinho, conseguiu reconhecer seus amigos, eles ainda estavam lá.
Mesmo assim, Gregório ainda pensava nela, nos momentos divertidos que passaram durante todo o seu sonho, sonho de quase seis meses que veio a se consumar apenas a dias atrás. E continuava triste, mas não aquela tristeza de anteriormente, uma tristeza branda. Ele esperava a todo momento uma mensagem, algum sinal de vida, que até aquele momento não tinha vindo, e isso o deixava impaciente. Ele ainda tinha muitos dias pela frente, esse era apenas o quarto. Porém, sabia que ela não resistiria muito tempo. Na verdade, sabia exatamente o dia em que ela partiria, e isso o deixava mais impaciente ainda.
Embora ele tivesse acordado do coma, ainda havia resquicios da experiência em sua memória e tinha vezes que ele pensava que voltar valia a pena. Mas isso não dependia apenas dele e então decidiu esperar por mais um dia.
Dervixes, Gurdjieff e Tsabropoulos
Há 14 anos
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